BABEL

BABEL

O galo do campo é o galo da testa que fez conservatório,
Ou o galo da testa é o galo do campo
Que perdeu no teste pra aula de canto,
E chegou na festa com o bico rachado,
E tentou cantar mas foi reprovado,
E levou pedrada e ficou pirado,
Foi levado preso lá pra o sanatório?

O rato é um morcego que sendo apressado já nasceu sem asa,
Ou o morcego é um rato que cansou de andar,
E fez asa delta pra tentar voar,
Que saiu de casa pra comprar cereja,
E foi excomungado e saiu da igreja,
Quis sair voando ao tomar cerveja,
De cabeça pra baixo foi parar em casa?

O gato de casa é o gato do mato um pouco elegante,
Ou o gato do mato é o gato de casa que não foi adestrado,
Que errou o caminho por ser desastrado,
Não comeu o peixe porque tinha alho,
Quis voltar pra casa e tomou um atalho,
Subiu numa árvore e quebrou um galho,
Chamou um elefante alto de alto falante?

O rato, que não é pato, propôs um trato ao gato.
Chamou um elefante alto pra ser sua testemunha.
O galo de Pedro, que é gago, vive calado e só canta
Na noite da missa do galo ou na sexta-feira santa.
Um morcego chamado Ego, saiu do seu aconchego,
Encontrou uma pomba maluca que não batia bem da bola,
Bateu com a cabeça na pedra e ficou ruim da cachola,
Até que Ego, o morcego, descobriu que o amor é cego.
O rato, o pato e o gato foram pra missa do galo do Pedro.
O gato engasgou com um pedaço da espinha do peixe da semana santa.
O galo, mesmo, sendo gago; cantou no alto falante,
Que tomou emprestado do elefante alto chamado Efalante.
Pedro, posto no altar começou celebrar sua oratória,
O rato tentou cantar junto, mas muito desafinado,
Deixou todo mundo irritado que até tamparam os ouvidos,
E o pato, que era atrevido, só entrou de gaiato no meio da estória.

MARKUS CATEDRAL

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